Como resultado das chuvas que caem em Sergipe há mais de uma semana, a barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, mantido pelo Governo do Estado em Tobias Barreto, município do centro-sul sergipano, chegou à sua capacidade máxima nessa quarta-feira, 21, e verteu. Na mesma microrregião do estado, a barragem do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, desde as primeiras chuvas do ano já vinha cheia. A situação é favorável à segurança hídrica para a irrigação nesses perímetros, e ao abastecimento humano nos municípios, bem como nas cidades de Riachão do Dantas e Simão Dias.
A meta alcançada em Tobias Barreto era a mais importante para segurança hídrica estadual, em barragens de irrigação, para 2025. No início do mês de fevereiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac) havia declarado situação de atenção para o nível da barragem do Perímetro Irrigado de Jabiberi, que estava entre 50% e 30% do seu volume útil. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) é a responsável por administrar o Jabiberi. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, comemorou o resultado das chuvas no perímetro. Segundo ele, isso evitou que pequenos produtores assistidos com irrigação, tivessem prejuízos na sua produção.
“Se a situação não se revertesse, com a recarga da barragem através das chuvas, e a barragem chegasse a uma situação de alerta, seria necessário implementar um regime de racionamento e restrição na produção agropecuária do Jabiberi, que é a vocação do perímetro. A água de irrigação é utilizada para a produção de material forrageiro e pasto, que alimenta vacas leiteiras. A importância desta produção — quase 2,4 milhões de litros em 2024 — é tamanha, que permitiu a instalação de um laticínio dentro do perímetro para beneficiar exclusivamente o leite desses pecuaristas, produzindo em torno de 272 toneladas de queijo no mesmo período”, avaliou Júlio Leite.
Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse está ciente das condições climáticas que dificultam a recarga do reservatório. Há cerca de dois anos, a Coderse reduziu o tempo de distribuição de água no perímetro Jabiberi de nove para cinco horas diárias. Isso foi possível graças à parceria da Coderse com irrigantes, construindo reservatórios de 100 metros cúbicos (m³), o suficiente para atender toda a demanda diária de cada lote.
Em Tobias Barreto, é constante também o serviço de reparo das placas que compõem os canais de irrigação e a limpeza da vegetação, para evitar vazamentos. Ainda foi incentivado, a partir de banco de sementes, o cultivo de palma forrageira e gliricídia, mais resistentes à seca, para atender às criações de gado do perímetro em períodos de racionamento.
Outros perímetros
A partir do monitoramento periódico feito oficialmente pela Semac, em cooperação técnica com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), e com a medição feita pelos técnicos de campo, a Coderse acompanha o nível das barragens em cinco, dos seus seis perímetros de irrigação. “Além das barragens Jabiberi e perímetro Piauí, as outras três barragens estão com o nível normal, com a expectativa de que a partir de junho, como é de costume, cheguem à capacidade total e vertam”, completou o diretor Júlio Leite.
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