O Dia das Mães, celebrado neste domingo, 11 de maio, mais do que uma data marcada por homenagens e gestos de carinho, é um momento para refletir sobre a importância de garantir às mulheres que são mães as condições necessárias para viver com dignidade, exercer sua cidadania e conquistar autonomia. Para garantir esses direitos às mães, o Governo do Estado tem investido em políticas públicas que reconhecem os múltiplos papéis femininos na sociedade, oferecendo programas de qualificação, incentivo ao empreendedorismo e ações voltadas à saúde e bem-estar.
Natural de Estância, Daiana Santos tem 27 anos e um casal de filhos. Ela foi contemplada com uma vaga no curso de Corte e Costura de Moda Fitness, do programa Qualifica Sergipe, coordenado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), e planeja abrir um negócio ao final da preparação. “Não sou costureira, por isso estou aqui, para adquirir mais conhecimento. Estou há mais de um ano sem trabalhar, então o objetivo é, futuramente, montar meu negócio”, revela.
Mãe atípica e separada, Daiana nutre o sonho de mudar de vida por meio do seu trabalho, afinal só ela sabe o que precisa para garantir o sustento da casa. “Meu filho mais velho é autista nível de suporte dois. Ele tem 6 anos, mas com o desenvolvimento de uma criança de 3. O cuidado é redobrado. Estou fora do mercado de trabalho há algum tempo e encontrei no Qualifica Sergipe uma oportunidade de empreender. Pago aluguel, água, luz, internet. Vou fazer este curso e qualquer outro que surgir para o meu aperfeiçoamento. Tenho muitos compromissos para dar conta”, ressalta.
Até o momento, o Qualifica Sergipe já realizou cursos para 218 turmas em diversos municípios do estado. Dos mais de três mil alunos que concluíram os cursos, 77% deles são mulheres, muitas delas mães que buscam a melhoria de vida para si e para seus filhos.
O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Jorge Teles, revela que a gestão estadual tem um olhar especial, na elaboração dos programas, voltado às mães solo que, muitas vezes, enfrentam sozinhas a responsabilidade de sustentar suas famílias. “Ao garantir acesso à qualificação, emprego e empreendedorismo, o Governo de Sergipe contribui para que essas mulheres alcancem autonomia financeira e melhorem as condições de vida de suas famílias. Também temos trabalhado para garantir paridade entre homens e mulheres nos cursos de qualificação e avançado na oferta de vagas afirmativas para mulheres, reconhecendo os desafios históricos que elas enfrentam no mercado de trabalho”, destaca.
Assistência
Outro benefício do governo que tem auxiliado mães por todo o estado é o Cartão CMais Ser Criança. Para muitas delas que vivem em situação de vulnerabilidade, poder contar com auxílio para a criação dos filhos é um alívio diante dos desafios da maternidade. O auxílio estadual busca assegurar as condições adequadas para o crescimento e desenvolvimento infantil, auxiliando no custeio da alimentação, vestuário e outras necessidades essenciais. Atualmente, Sergipe possui 35.409 beneficiários com os cartões CMais, entre eles, 28.745 mulheres. Ou seja, mais de 80% dos beneficiários. Boa parte delas é mãe.
A secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, ressalta que garantir acolhimento e assistência às mães sergipanas é uma prioridade do Governo de Sergipe. “Sabemos que muitas delas enfrentam desafios diários para cuidar dos seus filhos, manter suas famílias e, ainda, buscar oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Por isso, nossos programas e ações são pensados com sensibilidade e responsabilidade, desde o fortalecimento da rede de proteção social até iniciativas que asseguram segurança alimentar e acompanhamento desde a gestação. O cuidado com as mães é, acima de tudo, um compromisso com a infância, com a família e com o futuro do nosso estado", afirma.
Moradora do município de Simão Dias, Vanessa de Souza Lima é mãe de Levi Oliveira, de 11 meses. Mãe solo, ela vê no benefício um alento. “Toda mãe tem como uma das maiores preocupações ter condições de alimentar bem seus filhos e esse benefício chega, justamente, para ajudar nesse sentido. Estou desempregada e dependo desses benefícios para conseguir sustentar meu filho. Isso traz alívio para quem tem uma rotina como a minha”, relata.
Assim como ela, Gerlânea Gonçalves de Souza, moradora do Povoado Coração de Maria, também em Simão Dias, tem a preocupação de ver seus filhos crescerem bem e saudáveis. Ela é mãe de Maria Eloísa, de 4 anos, e de José Heitor, de 1 ano e 3 meses. “O cartão veio em ótima hora, principalmente porque o meu filho mais novo ainda precisa de fraldas e leite, por exemplo. Meu esposo vive da roça e a nossa vida financeira é bem apertada. Esse benefício é uma garantia a mais que temos todo mês e vai ajudar muito a garantir o que meus filhos precisam. Estou muito feliz porque criar bem seus filhos é um dos objetivos de toda mãe”, pontua.
Mulheres empreendedoras
A Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) também contribui para o empoderamento feminino. Por meio de editais de fomento à pesquisa e ao empreendedorismo, o Governo do Estado destina recursos para programas como o ‘Sergipanas Empreendedoras’.
A professora titular da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Patrícia Beltrão, fez parte do projeto e desenvolveu uma linha de pesquisa de corantes naturais para alimentos, especialmente para o público infantil, e a farinha de arroz e feijão. Segundo ela, a necessidade surgiu após conviver com um amigo do filho diagnosticado com doença celíaca (intolerância ao trigo). Mãe, ela compreende os desafios que outras mulheres possam vir a ter para ver seus filhos crescerem com saúde e tranquilidade.
Devido à escassez de produtos sem glúten no mercado, a docente decidiu centralizar estudos científicos com foco em farinha sem glúten. “É difícil uma criança viver sem comer pão, biscoito. A farinha de trigo é a base da culinária, então pensei em desenvolver a farinha sem glúten para o lanche das crianças. Como mãe, entendo que outras mulheres só desejam proporcionar o melhor para os seus filhos”, conta a pesquisadora, ao ressaltar que se sente realizada em proporcionar este conhecimento para as mulheres das comunidades do município de São Cristóvão.
“Nosso objetivo é repassar essa tecnologia. A Fapitec financia e atendemos um grupo da cidade de São Cristóvão. São 25 mulheres que vêm à universidade e recebem essas informações a custo zero”, reforça Patrícia, ao informar, ainda, que, em geral, essas mulheres têm filhos celíacos. “Normalmente, são mães atípicas. Disponibilizamos o conhecimento para que elas possam empreender porque, geralmente, esses produtos são muito caros e repassamos para elas por valores acessíveis. Na verdade, esse nicho está clamando por produtos sem glúten”, frisa.
Educação que transforma
No Colégio Estadual Monsenhor Carlos Camélio Costa, uma turma de adultos e idosos reencontra o caminho da educação por meio do programa Alfabetiza Sergipe, cujo objetivo é reduzir os níveis de analfabetismo no estado. Do total de inscritos no programa, mais de 78% são mulheres. Uma delas é a dona de casa Wilma Matos, de 31 anos. Mãe de dois meninos, ela engravidou pela primeira vez aos 13 e, por precisar se dedicar à maternidade precocemente, acabou se afastando da sala de aula. Agora, ela corre atrás de um futuro melhor. "Busquei o Alfabetiza Sergipe para me desenvolver mais porque engravidei cedo e acabei desistindo dos estudos. Parei de estudar para trabalhar, cuidar do bebê. O tempo foi passando e fui me desinteressando pelos estudos. Quando conheci esse programa, me identifiquei e decidi me inscrever. Quero fazer um curso de informática. Com os estudos, eu e meus filhos teremos uma qualidade de vida melhor", considera.
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