O novo Centro de Treinamento de Ginástica Rítmica, inaugurado pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Federal nesta quinta-feira, 15, em Aracaju, é motivo de festa para atletas, comissão técnica e demais membros envolvidos. Para as ginastas, porém, o espaço vai além da celebração: simboliza o reconhecimento de uma trajetória construída com esforço, superação e resistência.
A capitã do time, Duda Arakaki, acaba de retornar de Portugal com um feito: a medalha de ouro na etapa de Portimão da Copa do Mundo, uma conquista inédita para a equipe brasileira. “Tudo aqui mudou muito desde que comecei a treinar. Nossa rotina é intensa, são oito horas de treino todos os dias e fazíamos isso com o calor típico da cidade. Era comum termos que nos adaptar quando estávamos em competições fora do estado ou do Brasil por conta da diferença de temperatura”, relembrou.
Junto com Duda, outras atletas também participaram do evento de inauguração. Muitas citaram os desafios enfrentados em anos anteriores, como treinar em ginásios e quadras de escolas. É o caso da sergipana Victória Borges, também atleta da Seleção Brasileira. “Tínhamos que correr contra o tempo para chegar nos treinos no horário, sair para o almoço, deslocar para fazer fisioterapia. E hoje, podemos fazer tudo aqui e com o centro totalmente climatizado”, contou.
Para elas, o novo centro não é apenas uma melhoria física, mas também uma vitória simbólica para todas que abriram caminho. “Não é só por nós! É por todas que virão depois. As meninas de hoje vão poder sonhar mais cedo, com mais apoio e menos obstáculos”, afirmou Duda.
Já para a treinadora Camila Ferezin, que há mais de 15 anos trabalha com ginástica rítmica, o novo centro é um marco, além de ajudar a equiparar a realidade brasileira com a dos principais países europeus que disputam as competições de ginástica.
“A maioria das meninas vem de um lugar diferente do país, e durante todos esses anos que a gente esteve aqui foi bem difícil em relação ao calor. A gente tinha bastante dificuldade com isso e com certeza numa Olimpíada, os detalhes fazem toda a diferença. A gente tinha que lavar os aparelhos, enxugar, passar ferro nas fitas o tempo todo, o que nos fazia perder bastante tempo no treino. Essa climatização foi fundamental para a gente se adaptar ao que vai ser nas competições, já que a maioria acontece na Europa, e os ginásios lá são assim. Estamos mais próximas da realidade das competições representando nosso país”, declarou Camila.
Legado e inspiração
A cerimônia também foi um momento de reconhecer quem desbravou o caminho do esporte. A grande homenageada foi a sergipana Luciene Resende, presidente de honra da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), considerada uma das figuras mais importantes da ginástica rítmica no país.
Treinadora, dirigente e incentivadora incansável, ela ajudou a plantar as sementes da modalidade no Brasil, em tempos em que o esporte era quase invisível nos grandes centros. “Não é apenas um espaço renovado, mas o fortalecimento de um projeto de alto rendimento que está gerando frutos concretos. E vejam que simbólico: esta inauguração acontece justamente após o retorno da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica lá de Portugal, trazendo três medalhas de ouro”, falou emocionada.
Com estrutura moderna, climatização, sala de fisioterapia e espaço para formação de alto rendimento, o novo centro é mais que uma obra: é um tributo a todas que fizeram da ginástica rítmica um caminho de sonho e realização.
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